A China ampliou drasticamente nesta terça-feira seu orçamento para estocar grãos e óleos comestíveis este ano e intensificou o apoio e as políticas para impulsionar a produção agrícola, dobrando a aposta na melhora da segurança alimentar.
O maior comprador mundial de grãos e sementes oleaginosas quer reduzir sua forte dependência das importações, que chegam a mais de 100 milhões de toneladas por ano, principalmente dos Estados Unidos e do Brasil. As importações agrícolas totais da China totalizaram 234 bilhões de dólares em 2023.
“Esses esforços ajudarão a garantir a renda dos produtores de grãos e motivarão as principais áreas produtoras de grãos a manter o foco na produção de grãos e a explorar ainda mais seu potencial para obter rendimentos mais altos”, disse o Ministério das Finanças chinês em um relatório divulgado no início da reunião anual do parlamento da China.
China eleva orçamento para segurança alimentar em 8,1%
A China gastará 140,63 bilhões de iuanes (19,54 bilhões de dólares) em estoques de grãos, óleos comestíveis e “outros materiais” este ano, um aumento de 8,1% em relação ao ano anterior, segundo o relatório.
“Aumento do orçamento mostra preocupação de Pequim com suprimento de alimentos e outras matérias-primas”, afirmou Even Pay, analista da Trivium China.
“A China busca segurança econômica e alimentar ao manter ou aumentar reservas, mas isso implica maior intervenção nos mercados.”, disse.
Na terça, a China aumentou subsídios agrícolas em 18,7%, totalizando 54,5 bilhões de iuanes (7,57 bilhões de dólares) em prêmios de seguro. O Ministério das Finanças elevará o preço mínimo do trigo e ampliará o seguro agrícola nacional para arroz, trigo e milho.
Aposta na modernização para garantir suprimento alimentar autossuficiente
“Com a vasta população chinesa, é vital garantir a segurança alimentar interna através de uma estratégia agrícola abrangente”, afirmou o primeiro-ministro Li Qiang. Adicionalmente, Li disse que a China expandirá a produção de sementes oleaginosas e manterá estáveis o gado e a pesca.
Por outro lado, a China planeja produzir mais de 650 milhões de toneladas de grãos em 2024, com um crescimento constante na capacidade de produção. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma prevê um aumento de 50 milhões de toneladas na produção de grãos, evidenciando um firme progresso.
Ademais, acelerar o cultivo de soja, construir centros de sementes e desenvolver variedades com alto teor de óleo e rendimento são prioridades declaradas. “Transformaremos a agricultura em um importante setor moderno”, afirmou o relatório.
Como segundo maior produtor global de milho, a China busca aumentar a produção após uma safra recorde de 288,84 milhões de toneladas no ano anterior.
Fonte: Emily Chow e Mei Mei Chu | Notícias Agrícolas