Como o El Niño ameaça as economias dos mercados emergentes



Imagem: Adobe Stock


Países ao redor do mundo estão lutando contra ondas de calor e inundações alimentadas pelo El Niño, o fenômeno climático natural que tem 90% de probabilidade de persistir no segundo semestre de 2023, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. O impacto mundial pode ser enorme, mas as apostas são maiores para os mercados emergentes, que estão mais expostos a oscilações nos preços e na produção de alimentos e energia e muitas vezes têm reservas fiscais menores que limitam sua capacidade de amortecer o impacto.

Abaixo estão cinco pontos que mostram o impacto que o El Niño – quando as águas no Pacífico central e oriental estão mais quentes que o normal – poderia ter nos principais mercados emergentes.

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1- MAIS VULNERÁVEL

A Índia e o Egito estão entre as economias mais vulneráveis ao impacto do El Niño este ano, de acordo com um índice do Standard Chartered Bank, levando em conta o peso do setor primário, a participação dos alimentos nas cestas de inflação e a capacidade de um país de compensados por meio de apoio fiscal.

Gana, Quênia e Filipinas também estão no topo da lista, enquanto países como África do Sul e Chile estão entre os menos vulneráveis – juntamente com a maioria das economias de mercado desenvolvidas, como Alemanha ou Estados Unidos. “Acreditamos que os países com maior risco de um evento do El Niño este ano são aqueles que têm fundamentos econômicos relativamente fracos e que experimentaram uma produção agrícola relativamente fraca durante o período do El Niño de 2014-16”, disse Eugene Klerk, chefe da ESG Research na Banco fretado padrão.

2- PRESSÕES AGRÍCOLAS

Mudanças repentinas na precipitação ou na temperatura podem causar estragos nas plantações. Com a agricultura respondendo por uma parcela maior da economia e do emprego na África e no Sul da Ásia do que em outros lugares, essas regiões são especialmente vulneráveis às consequências do El Niño. “Uma redução acentuada no volume de safras que podem ser exportadas pode resultar em tensões no balanço de pagamentos para algumas economias”, de acordo com uma nota de pesquisa liderada por Jennifer McKeown, economista-chefe global da Capital Economics.

A Índia proibiu as exportações de uma variedade importante de arroz, reduzindo em um quinto o fornecimento geral aos mercados mundiais. Quase 90% do arroz é produzido na Ásia e ameaçado pelo clima seco do El Niño, com as Filipinas e a Tailândia também em risco. Outros produtos em foco incluem cacau da Costa do Marfim e Gana, açúcar da Índia e Tailândia e café do Vietnã e Indonésia.

Há, porém, exceções – a Argentina teve safra recorde de soja em episódios anteriores do El Niño, segundo o Morgan Stanley.

“O El Niño tende a ser negativo nos mercados emergentes, embora a Argentina seja uma exceção”, escreveu Fernando Sedano, do banco, em nota, acrescentando que “a Argentina é provavelmente a única vencedora líquida do El Niño”.

3- ALIMENTO FRÁGIL

Os preços dos alimentos representam uma parcela maior das cestas do IPC dos mercados emergentes – até 40% em muitas economias de baixa renda – portanto, a gravidade do El Niño deve impactar diretamente a inflação.

Uma análise do Banco Central Europeu sugere que um aumento de temperatura de um grau durante o El Niño historicamente elevou os preços globais dos alimentos em mais de 6% após um ano.

A África Austral, a América Central e as Caraíbas e partes da Ásia são “particularmente preocupantes” devido aos já elevados níveis de insegurança alimentar, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). David Rees, economista sênior de mercados emergentes da Schroders, alertou que um forte El Niño poderia empurrar a inflação de alimentos dos mercados emergentes de volta para dois dígitos em 2024.

4- A QUESTÃO HIDROGRÁFICA

Mudanças significativas nas chuvas ou secas prolongadas também podem afetar a produção de energia hidrelétrica e aumentar os preços do gás e do carvão, de acordo com a Capital Economics. “Vários países, principalmente na África, dependem fortemente da hidreletricidade”, disse a nota. “Menos chuvas podem prejudicar a geração de eletricidade e possivelmente levar ao racionamento de energia.”

Os preços da energia também são um dos principais impulsionadores da inflação dos alimentos, alertaram eles, enquanto as temperaturas mais altas podem aumentar a demanda por ar-condicionado.

5- NUBLANDO A IMAGEM DA INFLAÇÃO

Os bancos centrais da América Latina estiveram entre os primeiros a aumentar as taxas de juros após o COVID-19 para combater o aumento dos preços e são os primeiros a iniciar a flexibilização, liderados pelo Chile e pelo Brasil. Mas o impacto do El Niño na produção agrícola e na geração de eletricidade pode complicar a desinflação e levar a taxas mais altas por mais tempo. “Colômbia e Peru são os países mais expostos, seguidos por Chile e Brasil em menor grau”, disse Antonio Gabriel, estrategista de mercado local da América Latina do BofA.

O BofA estima que o El Niño seria “pelo menos de intensidade moderada este ano”, mas de intensidade severa poderia elevar a inflação em até 2,5% na Colômbia e 1,5% no Peru. “O México parece principalmente isolado”, acrescentou Gabriel.

Fonte: Seane Lennon | Agrolink

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