Imagem: Pixabay
Um dos fatores mais importantes que influenciam o preço da soja é a China, maior consumidor mundial. De acordo com a Consultoria TF Agroeconômica, o gigante asiático deve importar cerca de 101 milhões de toneladas da oleaginosa na próxima temporada, segundo estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estado Unidos).
{module Form RD}
Isso representaria nada menos que 63% de toda a demanda mundial, que são as 160 MT a serem exportadas na safra 2021/22, das quais 93 MT sairão pelo Brasil. “Esta demanda é responsável por uma boa parcela dos preços internacionais da soja. Ora, a China está vivendo dias difíceis em sua economia, principalmente pela forte elevação dos preços de todas as matérias-primas que importa, desde minério até soja e carnes”, salientam os analistas de mercado.
“Sua economia, embora robusta, está dando sinais de que não aguenta tanto aumento. Como se não bastasse, a segunda maior incorporadora do país, a Evergrande, entrou em processo de falência, com uma dívida de US$ 185 bilhões, que o governo terá que ajudar a administrar. Tudo isto está repercutindo não só na economia chinesa, mas, por seu próprio porte e influência, também nas demais economias mundiais, que, em maior ou menor grau, dependem da China”, argumentam.
Um dos sinais diretos sobre o setor de soja foi dado nesta semana: “As plantas chinesas de esmagamento de soja em Tianjin e Jiangsu foram fechadas devido à oferta restrita de carvão e às metas de emissões mais rígidas da RPC. A planta da Louis Dreyfus em Tianjin tem capacidade de 25k T / dia e permanecerá offline até outubro, pelo menos”, aponta a TF.
“Nada muito grande, nada muito decisivo, mas é mais um fator que vem se somar à redução da demanda no Brasil e nos EUA por óleo de soja para a produção de biocombustíveis, que poderá acentuar a queda nas cotações em Chicago a médio e longo prazos. Bom ficar atento”, recomendam os especialistas da Consultoria.
Por: Leonardo Gottems | Agrolink