Logística em alerta: o impacto dos atrasos portuários

Logística em alerta: o impacto dos atrasos portuários
Imagem: Canva

Maior complexo portuário da América Latina, o Porto de Santos respondeu por 29% da corrente comercial brasileira em 2024, movimentando US$ 174,43 bilhões, segundo a Autoridade Portuária. Embora o título impressione, ele convive com um problema quase crônico: filas de navios que atrasam entradas e saídas, questão que se agravou na pandemia e ainda não voltou ao patamar pré-crise.

Atrasos ganham escala nacional

O gargalo não é exclusividade de Santos. No conjunto dos portos brasileiros, apenas 23 % dos embarques de 2024 ocorreram no horário. Em mercadorias como a soja, o tempo médio de carregamento saltou de 10,5 para 17,5 dias entre fevereiro de 2024 e o mesmo mês de 2025. Trata-se de um fenômeno sistêmico que começa na origem da escala do navio e se propaga até o destino final.

Por dentro das causas

Michelle Aguirre, gerente de exportação da AD Shipping

Para Michelle Aguirre, gerente de exportação da AD Shipping, a origem dos atrasos é múltipla. Primeiro, a capacidade dos terminais: o Brasil Terminal Portuário (BTP) trabalhou a 95 % em 2024, quando estudos internacionais recomendam 70 % como limite seguro. Santos Brasil e BTP operaram a 76 % e 73 %, respectivamente, acima do patamar de 65 % que garante margem para imprevistos.

Além disso, a profundidade do canal continua limitada. Mesmo com dragagens periódicas, o calado não permite que navios de grande porte entrem cheios, forçando‐os a reduzir carga e aumentar o tempo de atracação. Para completar, o sistema Anchieta-Imigrantes, artéria rodoviária de entrada de caminhões, frequentemente trava, formando um ciclo vicioso: o navio atrasa, o pátio enche, o caminhão não entra — e vice-versa.

Contas que não fecham

Quando o relógio para, a fatura chega. Custos de demurrage (contêiner parado no terminal) e detention (contêiner retido além do prazo pelo exportador/importador) podem superar o valor da carga. A variação de frete, turbinada por crises geopolíticas como a do Mar Vermelho, adiciona outra camada de imprevisibilidade.

O setor de café ilustra bem: só em janeiro de 2025, atrasos, alterações de escala e rolagens de carga renderam R$ 6,1 milhões em despesas extras. Nos oito meses anteriores, o prejuízo acumulado chegou a R$ 57,7 milhões. Mais grave: o café que não embarcou em janeiro tirou US$ 226,05 milhões de divisas do país — dinheiro que também deixa de girar na mão do produtor.

O que está (finalmente) mudando

De um lado, avançam obras de infraestrutura: dragagem para 16 m, ampliação de berços no Tecon Santos e no BTP, novo viaduto no acesso Anchieta (2025-26). De outro, o governo lançou o Navegue Simples (Decreto 12.078/24), programa que corta burocracia em autorizações e arrendamentos, reduzindo prazos de outorga em até 40 %. Há ainda iniciativas de automação: o Santos Brasil já opera guindastes por controle remoto, enquanto outros terminais correm para não ficar para trás.

Visão de futuro

Especialistas concordam que não existe solução única. É preciso atacar acessos, capacidade e tecnologia em conjunto, tornando os terminais brasileiros atrativos a rotas e frotas novas — condição para aliviar o backlog e reconquistar previsibilidade.

Como sua empresa pode reagir agora

Enquanto a infraestrutura não se ajusta por completo, quem opera no comércio exterior precisa acompanhar de perto as pontas da cadeia, renegociar cláusulas de demurrage/detention e planejar janelas de embarque com antecedência redobrada. Se quiser entender quais alternativas cabem ao seu fluxo de carga, converse com nossos especialistas: podemos mapear gargalos específicos e sugerir ajustes de rota, contrato ou armazenagem que preservem margem e prazo.

Facebook
Twitter
LinkedIn

Aboissa apoia

Fique por dentro das novidades
e melhores oportunidades do
agronegócio – inscreva-se já!

Ásia

Arábia Saudita

Bangladesh

China

Coréia do Sul

Emirados Árabes Unidos

Filipinas

Hong Kong

Índia

Indonésia

Iraque

Jordânia

Líbano

Malásia

Omã

Qatar

Singapura

Turquia

Vietnã

América

Argentina

Bolívia

Brasil

Canadá

Chile

Colômbia

Costa Rica

Cuba

Equador

Estados Unidos

Guatemala

Ilhas Virgens Britânicas

México

Nicarágua

Panamá

Paraguai

Perú

República Dominicana

Suriname

Uruguai

Venezuela

África

África do Sul

Angola

Argélia

Camarões

Costa do Marfim

Egito

Gana

Ilhas Maurício

Libéria

Marrocos

Nigéria

Quênia

Senegal

Serra Leoa

Sudão

Togo

Tunísia

Europa

Albânia

Alemanha

Bélgica

Bulgária

Chipre

Espanha

Estônia

Finlândia

França

Inglaterra

Irlanda

Italia

Lituânia

Polônia

Portugal

Romênia

Rússia

Sérvia

Suécia

Suíça

Turquia

Ucrânia

Oceania

Austrália

Nova Zelândia

Solicite uma cotação!

Preencha o formulário e obtenha atendimento para suas necessidades comerciais.
Nossos especialistas estão prontos para oferecer soluções personalizadas.

*No momento não estamos trabalhando com intermediários.

Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade.