Com auge da safra do boi gordo, setor deve ter baixa nos preços no 2T24

Com auge da safra do boi gordo, setor deve ter baixa nos preços no 2T24
Imagem: Canva

O primeiro trimestre de 2024 foi de queda na arroba do boi gordo no Brasil, e o mercado deve registrar uma negatividade ainda maior no segundo trimestre do ano, quando a safra chegará no auge. A afirmação foi do analista e consultor de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, durante a 7a edição do Safras Agri Week, evento online e gratuito que ocorre entre os dias 26 e 28 de março.

De acordo com Fernando, a recomendação é que os produtores utilizem ferramentas de proteção para o segundo trimestre do ano, já pensando nessa baixa de preços que o mercado deve enfrentar. “Estamos convivendo com um grande volume de animais sendo ofertados neste primeiro trimestre. Há uma tendência que isso afete as margens e lucratividade, fazendo uma diferença muito grande na hora de fechar as contas”, pontua.

Partindo para o mercado internacional, Iglesias ressalta o enorme papel nas compras de carne bovina do Brasil por parte da China. Segundo ele, para o Brasil alcançar um desempenho econômico agradável, é preciso que a gigante asiática também esteja em ordem.

Desafios econômicos da China em 2023

“Há dificuldades na China que acontecem desde 2023. As principais indústrias estavam tentando combater a inflação e, por isso, ofereceram juros mais altos. Contudo, com a China é diferente: o país precisa reaquecer a economia, com juros mais baixos e crédito barato”, explica. “O problema de manter juros baixos é que ocasiona uma desvalorização da moeda. A moeda chinesa está bastante desvalorizada no momento. Com a China sendo grande importadora internacional de commodities, com liderança em diversos setores, o mercado global vê o produtor chinês baixando os preços em dólar para compensar essa desvalorização”, afirma Iglesias.

Iglesias prosseguiu a palestra dizendo que no primeiro trimestre, com o consumidor descapitalizado, a procura por carnes mais acessíveis, como a carne de frango e embutidos, é consideravelmente maior. A carne bovina tem preços mais inacessíveis para boa parte da população, trazendo pressão aos preços neste período. O consultor ainda destacou o cenário de nutrição animal, que conta com diversas alternativas no mercado e preços mais baixos.

“O custo para confinamento está relativamente baixo no Brasil. O que pesa, contudo, é uma potencial queda nos futuros da B3, tornando esse confinamento menos atrativo. Isso faz com que o produtor coloque o pé no freio e não faça investimentos intensivos nesta temporada. O comportamento do confinamento, de forma geral, vai depender muito dos preços futuros em abril e maio”, ressalta o analista.

Mercado de reposição e preços do boi

O grande volume de fêmeas sendo ofertadas no primeiro trimestre, para Iglesias, também é ponto expressivo para a queda nos preços. O descarte de matrizes segue muito presente no Brasil neste início de ano. Além disso, o preço da reposição e do bezerro se encontram atrativos. “Quem trabalha com engorda precisa verificar a aquisição de reposição, explorando a relação de troca favorável e investir neste momento. O descarte de fêmeas expressivo terá efeito no médio e longo prazo, inclusive. Os atuais preços do bezerro já não estarão mais tão baixos a partir do segundo trimestre e em 2025”, alerta.

Por fim, a expectativa de Iglesias é que o Brasil registre um volume de abate e produção recordes em 2024. Foi possível observar um mês de fevereiro com o maior nível de abate da história, subindo 31,33% em relação ao mesmo período de 2023. O crescimento de abate de fêmeas, no acumulado do ano, foi de 33,6%. A disponibilidade interna, por outro lado, deve cair 1,99%.

“O mercado de reposição conta com muitas oportunidades para investimentos, tanto de recria e engorda. O produtor brasileiro investiu muito dentro da porteira, mas precisa ser profissional do lado de fora também, com intuito de proteger o investimento realizado no setor. O grande problema, contudo, é que não teremos preços tão agradáveis em 2024. As exportações terão papel fundamental para enxugar a oferta doméstica, que é muito nociva para os preços no Brasil. Porém, resumindo, o país venderá muita carne nessa temporada”, conclui o analista.

Fonte: Pedro Carneiro | Safras & Mercados

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