
A Amazônia registrou, em 2024, a maior área queimada desde o início do monitoramento em 1985, segundo o Relatório Anual do Fogo (RAF) do MapBiomas. Foram cerca de 15,6 milhões de hectares afetados pelo fogo, um aumento de 117% em relação à média histórica do bioma. Desse modo, a região representou 52% de toda a área queimada no Brasil no ano passado.
Pela primeira vez na série histórica, a vegetação florestal da Amazônia foi a mais atingida pelo fogo, com 6,7 milhões de hectares queimados — superando as pastagens, que somaram 5,2 milhões de hectares. Esse fenômeno, portanto, reflete a intensificação dos incêndios em áreas florestais, agravada por dois anos consecutivos de seca severa e pela ação humana.
Além disso, o fogo não é natural nas florestas amazônicas e causa graves impactos ambientais, como a perda da biodiversidade e a degradação dos serviços ecossistêmicos. Como resultado, a combinação de vegetação inflamável, baixa umidade e uso do fogo levou a esse recorde, alertam os pesquisadores do MapBiomas.
“O fogo não é um elemento natural da dinâmica ecológica das florestas amazônicas. A ação humana, especialmente em um cenário agravado por dois anos consecutivos de seca severa, causou as áreas queimadas que marcaram o bioma em 2024. A combinação entre vegetação altamente inflamável, baixa umidade e o uso do fogo criou as condições perfeitas para a propagação do mesmo em larga escala, levando a um recorde histórico de área queimada na região.” afirma Felipe Martenexen, coordenador de mapeamento do bioma Amazônia do MapBiomas.
Juntos, Amazônia e Cerrado concentram 86% da área queimada no Brasil. No entanto, a Amazônia se destaca pelo crescimento significativo em 2024. Esse cenário chama atenção para a necessidade urgente de políticas eficazes de prevenção e combate aos incêndios.
Fonte: Leonardo Gottems | Agrolink