
O acordo de cessar-fogo entre Israel e o Irã acalmou os ânimos no mercado internacional de fertilizantes na semana passada. Conforme o relatório semanal da StoneX, empresa global de serviços financeiros, os derivativos futuros da ureia CFR Brasil cederam, refletindo uma diminuição das tensões no Oriente Médio e expectativas de cotações mais baixas, quando comparadas aos dias mais agudos do conflito.
Esse ambiente mais favorável é uma boa notícia aos compradores brasileiros, que já se encontravam em uma situação desafiadora para a safra 2025/26, mesmo antes do início do conflito.
“Logo após o início do conflito, Egito e Irã paralisaram sua produção de fertilizantes nitrogenados, gerando grande preocupação no setor com a redução da oferta. “Nesse contexto, a menor disponibilidade de produtos impulsionou os preços da ureia, do SAM e do NAM. Portanto, o mercado físico do Brasil registrou cotações mais altas nos últimos dias, e as relações de troca entre os preços do milho e da ureia se tornaram menos atrativas”, realça o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Tomás Pernías.
Produção incerta e demanda da Índia
Outro ponto de atenção é a retomada gradual da produção iraniana e egípcia. Segundo o relatório, existe a possibilidade de que os fornecedores desses países tenham que atender, primeiramente, à demanda interna e a pedidos previamente contratados. Esse cenário tem gerado incertezas sobre qual será a trajetória das cotações dos nitrogenados nas próximas semanas.
“A Índia estava realizando uma licitação para a importação de ureia enquanto o conflito entre Israel e Irã ainda estava em andamento. Entretanto, como os preços da ureia aumentaram rapidamente durante o conflito, a Índia não conseguiu adquirir o volume pretendido nesse evento. Assim, o país anunciou uma nova licitação para a importação de ureia — e esse é outro fator de alta que pode manter os investidores do segmento com uma postura cautelosa”, conclui Pernías.
Fonte: Notícias Agrícolas