Preço das commodities caiu com baixo desempenho do petróleo


Imagem: Pixabay

O preço das commodities caiu com o baixo desempenho do petróleo, ocasionado pela recessão econômica global e lockdowns na China. Além disso, refinarias na Europa e EUA cortaram o consumo de petróleo no terceiro trimestre. Sendo insumo de outras commodities, o combustível fóssil explica a fraqueza dos outros ativos. Esse é o cenário global da atual conjuntura traçado pela hEDGEpoint Global Markets, companhia especializada em análises financeiras, gestão de riscos e hedge de commodities.

Segundo analistas da empresa, assim que passar o pessimismo no mercado, o provável é que as curvas invertidas se fortaleçam novamente com as previsões de aumento de demanda. “Isso acontecerá num momento em que o Capex da indústria está baixo; e preços mais altos são esperados”, diz Heitor Paiva, analista de Energia e Macroeconomia da hEDGEpoint.

Para o analista, na maior economia global, os EUA, embora os mercados estejam precificando a expectativa que o Fed aumente juros até março de 2023, o atual aperto monetário não levou a uma grande deterioração econômica. O mercado de trabalho tem sido resiliente — a abertura de novas vagas de emprego caíram, mas o desemprego continua baixo.

“A inflação do lado da demanda é mais fraca que a da oferta neste ciclo. Um mercado de trabalho apertado significa que a oferta de emprego é menor, o que leva a salários mais altos. Os salários, sendo um custo relevante, são repassados aos consumidores na forma de preços mais altos”, diz Paiva.

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Perspectivas para a Europa

Culturas como o milho e trigo precisam de fertilizantes à base de nitrogênio, pois não fixam nitrogênio em suas raízes. Considerando que os altos preços do gás natural reduziram a rentabilidade da amônia na Europa, uma menor oferta de nitrogenados é esperada, de acordo com o analista de Grãos e Macroeconomia da hEDGEpoint, Alef Dias.

O preço da eletricidade subiu com baixos fluxos de gás da Rússia, piorando a atividade econômica da região. O mercado espera que a indústria da União Europeia cresça 0,65% no ano, sugerindo um crescimento do PIB de 1,2% no fim de 2022.

“A Rússia fornecerá volumes cada vez menores de gás à Europa, como retaliação”, pontua Dias. Essa escassez será agravada por políticas intervencionistas que incentivam o maior consumo de energia. “O BCE terá que se adaptar, pois gastos relacionados à energia trarão inflação e enfraquecerão o euro”, acrescenta o especialista.

A análise é da hEDGEpoint Global Markets.

Um Banco Central Europeu (BCE) mais hawkish já está precificado pelo mercado, portanto suas decisões monetárias não afetarão o euro, segundo a análise. “Em nossa opinião, para que esta moeda se fortaleça, são necessárias melhores manchetes relacionadas à energia e um retorno do apetite ao risco no mercado”, observa Dias.

Nos EUA, o Fed espera que taxas cheguem a 4% e se mantenham elevadas “por algum tempo”. Ainda assim, o mercado espera cortes a partir de mar/23.

Por: Aline Merladete | Agrolink

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