Sebo Bovino e o biodiesel: Protagonismo brasileiro

Sebo Bovino e o biodiesel: Protagonismo brasileiro
Imagem: Canva

A transformação energética global, impulsionada por políticas de descarbonização e inovação logística, tem reconfigurado o mapa dos biocombustíveis. No centro dessa mudança está o crédito fiscal 45Z, em vigor nos Estados Unidos desde janeiro de 2025, que premia produtores com base na intensidade de carbono de suas matérias-primas. Em um movimento estratégico, o governo norte-americano sinaliza seu compromisso com uma matriz energética mais limpa, eficiente e sustentável — e o reflexo disso já é visível nas rotas globais de suprimento.

A exclusão do óleo de cozinha usado (UCO) proveniente da China, por suspeitas de fraude e falta de conformidade regulatória, abriu uma lacuna no abastecimento. Essa brecha se transformou em oportunidade para países com capacidade de originação confiável — como o Brasil. Nesse novo contexto, o sebo bovino brasileiro, por muito tempo subvalorizado, ascende como protagonista na pauta de exportação voltada à produção de diesel renovável.

Da marginalidade ao protagonismo logístico

Historicamente visto como um resíduo de difícil armazenamento e pouco atrativo comercialmente, o sebo bovino brasileiro passou por uma revalorização sem precedentes. Hoje, é disputado por players globais, impulsionando uma reconfiguração da cadeia logística nacional. Portos que antes operavam com contratos rígidos agora flexibilizam condições, disputam cargas e adaptam estruturas anteriormente dedicadas ao etanol e biodiesel.

Mais de 85 mil toneladas de tancagem dedicada já foram contratadas nos principais portos brasileiros. O porto de Santos se mantém como o principal hub logístico, mas novos corredores, como o porto de Itaqui (MA), vêm ganhando relevância com investimentos que ampliam sua capacidade de recepção e exportação. O crescimento das exportações reflete esse dinamismo: de 224 mil toneladas em 2023 para 325 mil em 2024 — com projeções que superam 400 mil toneladas em 2025.

Tecnologia como aliada: a vantagem técnica do sebo brasileiro

Um diferencial decisivo do sebo nacional está na compatibilidade com as tecnologias de refino norte-americanas. Enquanto o mercado brasileiro costuma exigir índices de acidez entre 3,5% e 5%, as refinarias dos EUA contam com sistemas avançados de pré-tratamento, capazes de processar sebo com acidez de até 14%. Essa flexibilidade amplia o universo de fornecedores — incluindo pequenos e médios frigoríficos — e reduz os custos de refino no Brasil, tornando a exportação ainda mais atrativa.

A combinação entre viabilidade técnica e vantagem econômica fortalece a posição do Brasil como fornecedor estratégico. Além disso, o ritmo lento de recomposição do rebanho bovino nos EUA limita a produção doméstica da matéria-prima, fazendo com que países como Brasil, Argentina, Uruguai e Austrália se tornem peças-chave no abastecimento global. Entre eles, o Brasil se destaca por sua escala produtiva, infraestrutura em expansão e capacidade de adaptação regulatória.

Um mercado em ebulição e em busca de previsibilidade

Apesar da recente queda na produção de diesel renovável nos Estados Unidos, registrada em fevereiro de 2025 — reflexo das incertezas com o fim do Blender’s Tax Credit e a transição para o 45Z —, o cenário continua promissor. O governo norte-americano já debate a extensão do 45Z até 2031, o que traria previsibilidade ao setor e impulsionaria novos investimentos, inclusive em infraestrutura e parcerias internacionais.

Esse possível prolongamento consolidaria ainda mais a presença de fornecedores confiáveis como o Brasil, criando uma janela estratégica para o avanço em tecnologias, certificações e posicionamento competitivo no mercado global de biocombustíveis.

Brasil: pronto para liderar

O avanço do sebo bovino como insumo de energia limpa simboliza uma virada de chave para o Brasil. A evolução de um subproduto antes negligenciado para um ativo estratégico internacional traduz a maturidade e a capacidade de adaptação da cadeia produtiva nacional.

O desafio, agora, está em equilibrar o crescimento das exportações com a demanda interna, assegurando o abastecimento local sem perder competitividade no cenário internacional. Mais do que uma oportunidade econômica, trata-se de uma chance concreta de protagonismo na agenda global de sustentabilidade.

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