
O setor de óleo de palma da Indonésia e grupos de agricultores pediram ao governo indonésio nesta quarta-feira que reduza os custos de exportação para compensar o impacto da distorção do mercado causada pelas tarifas recíprocas de 32% dos EUA sobre as exportações da Indonésia.
O grupo de pequenos produtores de palma SPKS pediu ao governo que diminua os custos de exportação. A solicitação inclui a remoção de um imposto e uma taxa atualmente aplicados. Segundo o grupo, a tarifa imposta pelos EUA pode resultar em uma queda de até 3% no preço pago aos agricultores pelos cachos de frutas frescas de palma.
O SPKS estimou que as tarifas do presidente Trump distorcerão a demanda por CPO (óleo de palma bruto) e produtos de óleo de palma. O presidente do grupo, Sabarudin, afirmou isso em um comunicado.
Além disso, ele acrescentou que a queda nos preços no nível dos agricultores poderia ser compensada pela redução do imposto de exportação e da taxa para 0%, a fim de ajudar a estabilizar os preços dos frutos de palma. Atualmente, a Indonésia cobra um total de US$196 por tonelada de imposto de exportação e taxa sobre os embarques de óleo de palma bruto.
Por outro lado, na terça-feira, a Indonésia já havia informado que ajustaria o imposto de exportação de óleo de palma, o que, segundo autoridades, deveria reduzir o ônus das tarifas dos EUA sobre os exportadores “em um equivalente a 5%”.
Reações do setor e comparações com a Malásia
Embora o SPKS tenha insistido na redução dos custos a zero, o maior grupo de óleo de palma da Indonésia, o GAPKI, disse que está aguardando. Eles querem ver qual será o impacto da redução nos custos, segundo o chairman do grupo, Eddy Martono.
Ele afirmou que as obrigações do mercado doméstico, o imposto e a taxa de exportação de óleo de palma, atualmente, aumentam os custos para os exportadores da Indonésia. Esses encargos somam US$221 por tonelada.
Isso, por sua vez, se compara a um custo de exportação estimado em US$140 por tonelada, atualmente suportado pelos exportadores rivais da Malásia.
Após as tarifas dos EUA, a GAPKI disse que propôs uma redução de custo de US$100 por tonelada. A medida seria aplicada especificamente às remessas destinadas aos Estados Unidos. O objetivo é manter a competitividade em relação às exportações da Malásia.
“Se ainda não for competitivo, conversaremos com o governo… Não estamos pedindo isso para todos os mercados de exportação, apenas para esse país”, disse Martono.
Atualmente, os EUA representam o quarto maior mercado de exportação de óleo de palma da Indonésia. Em 2023, foram responsáveis por cerca de 7% do volume total exportado. Além disso, também representaram aproximadamente 7% da receita gerada pelas exportações do produto no país.
Fonte: Bernadette Christina | Notícias Agrícolas