
Depois de meses prometendo um tarifaço de 25% sobre peças importadas, Trump recuou. A Casa Branca anunciou hoje uma mudança importante: vai aliviar o impacto das tarifas automotivas. Mais especificamente, serão isentas as peças estrangeiras utilizadas nos carros montados nos Estados Unidos. Além disso, o governo evitará cobranças duplicadas sobre aço e alumínio.
Tudo isso acontece justamente um dia antes da visita de Trump a Michigan — berço da indústria automotiva americana — onde ele marcará seus primeiros 100 dias de governo. Coincidência? Definitivamente, não.
A decisão foi tomada após uma forte pressão da indústria automotiva. Montadoras como GM, Toyota, Volkswagen e Hyundai enviaram cartas à Casa Branca alertando para os riscos. Segundo as empresas, as tarifas — que estavam programadas para entrar em vigor em 3 de maio — poderiam paralisar linhas de produção, quebrar fornecedores e, consequentemente, encarecer os carros para o consumidor final.
Portanto, mesmo diante do discurso protecionista, o recuo mostra como fatores econômicos e estratégicos seguem influenciando diretamente a política comercial americana.
O secretário de Comércio chamou a medida de “vitória da política comercial”. Mas o que a gente viu foi uma vitória do bom senso: Trump percebeu que apertar demais poderia explodir a própria indústria que ele dizia proteger.
As novas regras vão devolver valores já pagos e evitar que montadoras locais sofram sanções duplas. E claro, o discurso segue o mesmo: America First. Mas agora com um pouco mais de cautela — porque na prática, as montadoras agradeceram esse recuo.
No fim das contas, Trump continua usando tarifas como ferramenta de negociação. Mas agora sabe que, se forçar demais, o mercado trava. E ninguém ganha eleição com linha de montagem parada.
Fonte: Marta Guimarães | Notícias Agrícolas