Acordo UE-Mercosul voltará à pauta? 

Acordo UE-Mercosul voltará à pauta?
Imagem: Canva

Durante visita à França nesta semana, o presidente Lula pediu a Emmanuel Macron que “abrisse seu coração” para o acordo entre União Europeia e Mercosul. A declaração ocorre no momento em que o Brasil assume, em 6 de junho de 2025, a presidência do Mercosul por seis meses. Segundo Fernanda Brandão, coordenadora de Relações Internacionais da Faculdade Mackenzie Rio, a ratificação do acordo será uma das prioridades do governo brasileiro nesse período.

Embora os blocos tenham concluído as negociações, os países ainda não assinaram nem ratificaram o tratado. Entre os entraves estão os interesses divergentes de setores econômicos europeus, como o agrícola, que teme a concorrência de países mais eficientes, como o Brasil. Há risco de rejeição do texto nos parlamentos de países como França, Itália e Polônia.

“Um dos motivos que dificultam o avanço é a divergência de interesses entre setores específicos da economia de países da União Europeia, como o agrícola, que recebe subsídios e proteção devido à sua menor eficiência em comparação a outros produtores globais, como o Brasil. Muitos temem que os parlamentos de países como França, Itália e Polônia rejeitem o acordo no momento da votação”, comenta.

Acordo UE-Mercosul ganha valor estratégico em meio a instabilidades globais

A eleição de Donald Trump e sua política tarifária criaram instabilidade no comércio global, afetando parceiros europeus e sul-americanos. Isso impulsiona a busca por novos acordos, como o UE-Mercosul, que pode reduzir a dependência dos EUA sem se voltar exclusivamente à China.

Nesse contexto, o tratado ganha novo valor estratégico, servindo não apenas para fomentar a economia, mas para proteger ambos os blocos das oscilações geopolíticas. A expectativa brasileira é que esse cenário leve à sua ratificação e entrada em vigor. “Nesse novo cenário da economia internacional, o acordo se torna estratégico para ambos os blocos, não apenas no sentido de dinamização econômica, mas também para reduzir a dependência e a consequente vulnerabilidade aos caprichos do presidente americano. “O governo brasileiro espera que esse novo cenário gere o impulso necessário para que os países membros de ambos os blocos assinem, ratifiquem o acordo e, finalmente, o coloquem em vigor”, conclui.

Fonte: Leonardo Gottems | Agrolink

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