Na última quarta-feira (29), Gilberto Peralta, presidente da Airbus no Brasil, disse que o País pode se tornar a “Arábia Saudita” para os combustíveis de aviação.
De acordo com Peralta, o grande dilema atual é a substituição dos combustíveis fósseis nos aviões por matrizes energéticas renováveis – a busca é pela troca do querosene por algo mais “verde”.
“O mundo discute a sustentabilidade e a substituição dos combustíveis fósseis por uma fonte renovável nas aeronaves. Essa mudança na matriz passa pelo agronegócio. É ele quem vai produzir o novo combustível que irá mover a aviação mundial. E o lugar mais propenso para isso no mundo é o Mato Grosso […] o Brasil pode se tornar a Arábia Saudita do combustível para aviação”, destacou Peralta, então, em evento em Sinop (MT).
O presidente da Airbus no Brasil explica que não importa qual seja a matéria-prima desse combustível, ele deve ser uniforme, tendo a mesma composição, para que assim possa mover os motores e turbinas de aviões sem qualquer necessidade de ajuste ou adequação.
A transformação do carbono agrícola em SAF
“A premissa da aviação é a segurança. Deve-se validar e regular tudo em dobro. O novo combustível será renovável, originando-se de uma fonte distinta. No entanto, na prática, será idêntico ao querosene, queimando de maneira semelhante, mantendo propriedades e segurança inalteradas, conforme enfatizado.
Segundo ele, o que o agronegócio vai plantar, colher e fornecer para a aviação é o carbono. A base poderá vir dos óleos vegetais, da gordura animal ou da madeira. Para transformar o carbono produzido pelo setor agrícola em combustível de aviação, é necessário, então, adicionar hidrogênio, que pode ser extraído do ar em usinas fotovoltaicas. A proporção é de duas partes de gás para uma parte de carbono.
Peralta resumiu que o SAF (Sustainable Aviation Fuel) é o combustível sustentável para aviação. Ele tem a mesma composição do querosene, mas provém de uma fonte renovável. “Acredito que em breve esses projetos irão ganhar escala e proporção industrial, substituindo o combustível para aviação.” O Brasil tem a oportunidade de liderar esse processo, produzindo mais de 50 bilhões de litros de combustível para o mundo. Vejo Mato Grosso e, nesse caso Sinop, com um papel fundamental, em razão do que tem feito o agronegócio”, complementou.
Fonte: Datagro