
O Brasil inicia nesta quinta-feira um período decisivo de 28 dias para se autodeclarar livre de gripe aviária, após concluir a desinfecção da granja onde detectou, na semana passada, o primeiro caso em criação comercial no país.
O governo gaúcho informou, em nota, que finalizou na noite desta quarta-feira o processo de limpeza e desinfecção dos galpões, máquinas e outras estruturas e equipamentos da granja em Montenegro (RS), incluindo escritório, almoxarifado, vestiários e lavanderia.
Declaração de país livre da doença
Na semana passada, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que, se o Brasil não registrar nenhum outro caso em granja comercial após um período de 28 dias, declarará o país livre da doença e aguardará o posicionamento dos importadores.
“Passados os 28 dias, se a partir daí não houver nenhum novo caso, o Brasil pode se autodeclarar livre da doença. Muito provavelmente, a partir disso, ficará apenas dependendo da decisão dos importadores. Esses países poderão então suspender os embargos”, disse o analista do departamento de Pesquisa e Análise Setorial do Rabobank Brasil, Wagner Yanaguizawa, à Reuters.
Impactos nas exportações e novos casos sob investigação
Mais de 30 destinos comerciais já impuseram algum tipo de suspensão temporária às importações de carne de frango vindas do Brasil, após a confirmação de um foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul.
Além disso, países importadores impuseram restrições ao Brasil, que é o maior exportador global de carne de frango. As restrições podem ser nacionais ou localizadas. Em determinados casos, são limitadas apenas à carne de frango do Estado do Rio Grande do Sul. Em outros, às exportações do município de Montenegro, onde surgiu o foco de gripe aviária em uma granja comercial.
De acordo com Yanaguizawa, a partir da autodeclaração de livre de gripe aviária, muito provavelmente os fluxos de exportação poderão voltar ao normal.
Enquanto isso, o Ministério da Agricultura ainda apura 11 casos suspeitos de gripe aviária. Desses, apenas dois são em granjas comerciais, localizadas em Tocantins e em Santa Catarina. Por envolverem produção comercial, esses casos podem resultar em embargos por parte dos países importadores.
A maioria dos casos investigados são em galinhas de subsistência e dois em aves silvestres, que geralmente não resultam em proibições comerciais.
O Estado do Tocantins descartou a ocorrência de influenza aviária de alta patogenicidade em uma granja comercial local, citando resultados preliminares de testes. Mas o caso ainda aparece sob investigação pelo sistema do ministério.
Fonte: Samora, Débora Ely e Ana Mano | Notícias Agrícolas