Cacau: Oportunidades para o Brasil

Cacau: Oportunidades para o Brasil
Imagem: Canva

O mercado do cacau enfrenta uma redução significativa na oferta global das amêndoas, o que provocou uma disparada nos preços internacionais da commodity em 2024 e 2025. Costa do Marfim e Gana, os dois maiores produtores mundiais de cacau, ainda enfrentam os problemas que contribuem para esse cenário, e que não possuem rápida resolução no curto-médio prazo. Eventos climáticos extremos, o aumento das lavouras afetadas pelo vírus CSSV (Cacao Swollen Shoot Virus), e lavouras em idade avançada com baixa produtividade são alguns dos principais motivos que combinados resultaram no atual cenário, segundo relatório da Hedgepoint Global Markets.

De acordo com análises da empresa, nesse sentido, o mercado do cacau passou a olhar com mais atenção para outras origens das amêndoas. “Da mesma forma, outros países produtores passaram a investir na cultura tanto em produção quanto em capacidade de processamento, visto as oportunidades de mercado e preços atrativos da commodity, como Equador e Nigéria, que atualmente ocupam o terceiro e quarto lugar no ranking mundial de maiores produtores de cacau, respectivamente”, diz Carolina França, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets.

Brasil se reposiciona no mercado global

O Brasil, que na safra 23/24 foi o sexto maior produtor de cacau do mundo, de acordo com a ICCO, já ocupou a posição de um dos maiores produtores e exportadores mundiais das amêndoas. No entanto, o país enfrentou uma queda significativa na produção, principalmente após o avanço da doença “Vassoura-de-bruxa” nas principais regiões produtoras. “Desde então, diversas pesquisas e projetos vêm sendo desenvolvidos no país com o objetivo de retomar a posição de destaque no setor global de cacau. Isso ocasionou uma recuperação na produção das lavouras brasileiras nos últimos anos”, explica.

A analista lembra que não foram efetuados investimentos somente na produção de cacau, mas também no processamento da amêndoa no país. Para suprir a grande capacidade de processamento, o Brasil importa cacau de outras origens. Atualmente, essa capacidade é de quase 300 mil toneladas. Esse volume é maior do que a produção nacional. Por isso, o país precisa recorrer ao mercado externo para atender à demanda interna.

No acumulado desde o início de 2025, o volume de importações líquidas totais — ou seja, importações menos exportações — apresentou forte alta. O total de cacau importado, incluindo amêndoas, pasta, manteiga e pó, foi cerca de 62% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Brasil amplia produção e reforça papel no comércio de cacau

“Avaliando a participação do cacau e de seus subprodutos no fluxo comercial brasileiro, a maior parte das importações, considerando os últimos anos, correspondeu às amêndoas. O cacau em pó e a manteiga, que possuem maior valor agregado, lideram as exportações, destinadas principalmente a Argentina, reforçando o papel importante do Brasil no processamento de cacau”, diz.

Carolina França ressalta que, recentemente, diversos projetos têm focado na expansão das áreas de cacau no Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil, dentre eles a maior fazenda de cacau do mundo, com uso de tecnologia e de clones com melhor desempenho agronômico. “Isso somado a capacidade de processamento existente no país possibilitam ao Brasil uma janela de oportunidade no mercado do cacau no médio prazo. Vale ressaltar que o país já possui como meta superar 400 mil toneladas de produção até 2030”, explica. 

Fonte: Notícias Agrícolas

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