
Os trabalhos de plantio de soja e milho da nova temporada (2025/26) continuam avançando em um ritmo forte no cinturão produtor norte-americano. O clima favorável permite um bom avanço das máquinas nos principais estados produtores nas últimas semanas, além de garantir também um desenvolvimento inicial bastante satisfatório das lavouras já semeadas.
De acordo com Luiz Fernando Roque, coordenador de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, o ritmo do plantio, tanto na soja quanto no milho, está acima do registrado no mesmo período do ano passado. Naquela ocasião, o avanço já havia sido considerado bom. Além disso, o ritmo atual também supera a média das últimas cinco safras para o mesmo período.
“Diante disso, e do clima positivo até o momento, podemos concluir que a nova safra norte-americana tem um início considerado ótimo. O cenário é muito promissor, com possibilidade de produções cheias. Também há expectativa de produtividades recordes.”
Entretanto, é importante destacar que a situação da umidade dos solos em estados das partes oeste e noroeste do cinturão produtor está abaixo do ideal e inferior ao que vimos na mesma época na temporada passada. Isso traz uma necessidade maior de regularidade de chuvas para estas regiões nas próximas semanas”, ressalta Roque.
Números atualizados do plantio indicam ritmo acelerado
Em relação a evolução do plantio da soja, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 18 de maio, 66% da área estava semeada. Na semana anterior, o percentual era 48%. Em mesmo período do ano passado o percentual era 50%, enquanto a média das últimas cinco safras para o período é 53%.
Já em relação ao milho, o USDA indica que até o dia 18 de maio 78% da área estava semeada. Na semana anterior, o percentual era 62%, enquanto em mesmo período do ano passado o percentual era 67%. A média das últimas cinco safras para o período é 73%.
“O quadro climático atual aponta para um grande potencial produtivo das lavouras norte-americanas até o momento, o que embasa o sentimento inicial do USDA de safras cheias de milho e soja, com prováveis produtividades recordes. Mas é importante destacar que estamos apenas no início do desenvolvimento das lavouras, e o clima será fator decisivo nos meses de junho, julho e agosto”, explica Roque.
Projeções e desafios climáticos para os próximos meses
“Destacamos também, que apesar de o USDA esperar por produtividade recorde na soja, a tendência é de uma safra menor nesta nova temporada, visto que a área plantada com a oleaginosa deve ter um recuo importante em relação ao ano passado. Em contrapartida, a produção de milho pode atingir um novo recorde, com possibilidade de ultrapassar o patamar de 400 milhões de toneladas na temporada 2025/26 devido ao aumento da área e possível produtividade também recorde”, diz.
O relatório da Hedgepoint pondera que, olhando para o clima nas próximas semanas, os mapas climáticos apontam agora para um período de grande umidade sobre a metade sul do cinturão produtor. Esse cenário está previsto para ocorrer entre os dias 23 e 29 de maio. A expectativa é que esse excesso de umidade possa impedir um melhor avanço das máquinas.
A metade norte do cinturão deve ter uma menor umidade, embora os estados a oeste devam receber chuvas com volumes um pouco mais relevantes. No período entre os dias 30 de maio e 5 de junho, a umidade deve voltar a atingir todo o cinturão produtor. Esse retorno ocorrerá de forma mais ampla. No entanto, os maiores acumulados continuam sendo esperados para os estados da metade sul.
Fonte: Notícias Agrícolas